Da noite inquieta


Da noite inquieta eu tiro
um instante calmo
tão facilmente quando tiraria
um coelho, da cartola que não 
tenho, ou por entre os dedos
pegaria, um rato em plena
escuridão desta inquieta noite:
Mas algo me basta e me prepara.
O que mais quero se existe um único
e raro momento em que tudo consigo.
Toda a paz interior que tenazmente 
persigo, por íngremes montanhas 
e profundos vales.

A paz que dá a tua mão na minha.

(do livro inédito de poemas - Herança)