NO CERNE DA ALMA
NO CERNE DA ALMA
Juliana S. Valis
A noite, lá fora, é lídima e breve,
No célere passo dos sonhos que vão
Enaltecendo o enigma que a vida descreve
No cerne da alma, no interior da emoção,
Como se o tempo pedisse um sentido tão leve
Que dormisse tranqüilo este seu coração...
E não adianta correr contra a hora,
Fugindo de tudo e de qualquer sentimento,
Se mudo é o vento que vai sem demora
Anunciar em sua noite o sonho mais lento,
Sinta, de fato, a paz que lhe implora
Um simples, sensato e humanitário momento !
Pois, no fim, o que a vida reserva é mistério,
No trajeto tão rápido do silêncio, sem calma,
Que de nada adianta não ver o que é sério
No amor que nos brada e reverbera na alma.