Aos poetas do recanto
Não sorri o bastante
Por isso esse verso molhado
Que me lubrifica os olhos
E baila sem graça
Pelo charco das retinas
Mas não se verte
Antes diverte
Querências que não me quiseram
A palavra engasgada
O grito em nó de gravata
Apertado na garganta
Como desfazer?
Talvez um sorriso de criança
Quem sabe, a lambida de um cão?
A alma ressecada
Exposta no varal
Sob um sol escaldante!
A saárica sede
E nenhum oásis
A não ser este
Onde entrego minha poesia.