Reverso
Em Capitólio
de Minas
capturo o Brazil
do reverso.
Escarpas que escarro no lago,
ali o povo de verdade
não entra.
Ali o povo da maioria
não viceja,
não ri.
Escombros de casas, mansões de luxo
e os playboys e as meninas tremulantes
dos fins de semana.
Os velhos e as vetustas da Pátria, otária.
Oitavas de cetim, lacre e fel.
O Brasil de verdade
ainda revira a lata opaca do lixo aqui fora.
Capitólio que se lixa,
entranha de engulhos,
canyons de desmoronamento
e desprezo.
Capitólio, nome sugestivo do yankee, do trader,
dessas maquiavélicas, pantagruélicas
formas de indiferença
e esquecimento.
Já esqueci.
Este poema é para
os que não são desse mundo.