MEU AMIGO CARROCEIRO
Lá vai o carroceiro, trabalha o dia inteiro
Juntando lata, ferro, alumínio papelão...
Tanto esforço, por tão pouco dinheiro
Mas esse é o seu ganha pão
Revirando lixo, não se veste com capricho
Chega mesmo a cheirar à catinga
Uns passam olham, como se fossem bicho
Os criticam por beber sua pinga
Andam pela cidade, sem identidade
Nem se lembram do seu passado
Futuro é duvidoso, presente é a realidade
Vive solitário, ébrio, amargurado
De repente vem a morte, muda toda sua sorte
O anjo de Deus os leva para o céu
Muitas vezes não há quem se importe
Porque era apenas um pobre catador de papel.
Dedicado aos carroceiros que perambulam pelos grandes centros puxando suas carroças carregadas com aquilo que nós consideramos lixo. Isso me lembra uma frase que ouvi há muito tempo atrás e que agora compreendo com clareza: "O que é lixo para alguns é OURO para outros"