O crime sem cúmplice

Hoje à meia noite encontrarás deitada.
A soberana deusa que povoa teu sonho.
Ainda que a rejeite, pois se vê obrigada
A dar-te o recado no semblante risonho.

És abençoado, caro Charles Baudelaire.
Tu não sabes, mas és "homem saudável".
E pode até "passar dias sem nada comer",
Mas escrever tuas poesias é inevitável.

A sua alma é bela e também pura e vasta,
Mas pra brilhar precisa contemplar o mar.
Então banhar teu corpo numa onda casta,
Tomando o vinho poético pra se embriagar

A sua inspiração se expande até o infinito.
E o "Teu olhar de amor" está sobre a terra.
Põe os seus sentimentos num verso bonito,
 Como num estandarte que declara a guerra.

Como um cavalheiro o seu brado exprime...
E mesmo sem cúmplices faz a sua batalha.
Por causa do AMOR então comete o crime
De exibir as chagas enquanto a luz espalha.

Adriribeiro/@adri.poesias

Poema em homenagem ao Bicentenário de nascimento do Grande Poeta francês Charles Baudelaire ( 09/04/1821 - 31/08/1867 Paris/França) 


 
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 17/04/2021
Reeditado em 18/04/2021
Código do texto: T7234561
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