ESFINGE

Saiu do ninho com asas em formação,

deixou pra trás alegria vivida na infância sofrida,

sua aspiração era maior que o sertão.

As rochas caudalosas da grande selva é o desconhecido, segue sua trajetória,

ouve o barulho das máquinas em produção a todo vapor,

verticalizando o lucro do patrão sem amor, opera uma delas.

Seu espírito de liderança ganha notoriedade,

abre a torneira, mata a sede, ultrapassa linhas proibidas,

prepara o grande voo de sua vida.

Os primeiros deram contra a muralha, esgotado, quase desiste, insiste.

Suas asas embaladas pela chama da esperança fura o bloqueio, atravessa o aço.

Nova era, organiza a casa grande:

Repara injustiças, derruba muros, ilumina becos, humaniza possibilidades,

alimenta a fauna.

Os gaviões colam o grande pássaro na gaiola,

imobilizado, se reinventa; seu olhar parece revisitar imagens do passado,

estratégias adotadas, arrependimentos sentidos.

Podaram suas asas, mas não apagaram sua pegada, a chama ainda arde.

Orlando Alves Ribeiro
Enviado por Orlando Alves Ribeiro em 13/07/2020
Código do texto: T7004276
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