A PROCISSÃO

[A casa do poeta negro CRUZ E SOUSA continua

existindo em nossos pensamentos]

Para o escritor Uelinton Farias Alves, meu amigo

A procissão

carrega seus próprios cadáveres

para a sepultura

- esperança de recuperar o mundo

de todos os presságios.

Vestes berancas, almas brancas

impuras,

impuras impressões

de nossas impuras visões...

A procissão

enterrará suas almas

e o mundo ficará deserto

de todos os nossos sonhos.

NMT.

"Uelinton e eu tentámos impedir a demolição

da casa onde morou o poeta simbolista Cruz e Sousa,

à Rua Cruz e Sousa, 172, no Encantado,

subúrbio do Rio de Janeiro.

Apesar de nossos protestos

e de nossa peregrinação à Prefeitura do Rio,

a casa foi demolida".

Nelson Marzullo Tangerini
Enviado por Nelson Marzullo Tangerini em 09/11/2005
Código do texto: T69118