Ao poeta modernista
O verbo já não
pedra
já não gleba
já não carne humana
e o poeta modernista.
A música concreta
virou gelatina.
A poesia concreta
virou matéria
para vestibulando enfadonho
e o poeta modernista.
O sol é quadrado, quadrículas
no exílio.
Manifestos, esgares,
Andrades e Bretons,
o ciclo rápido, a pedra no caminho
e o poeta modernista.
Canções-continentes
alhures contentes
guerrilhas pungentes
estratosferas estupradas
e o poeta modernista
que tente.