Opera prima filiae

Para Helena Riff

Minha filha

de trança

e olhar inquieto

pinta um

quadro.

Ansiosa cena

amarela,

verde

e marrom.

Helena desenha

o recipiente

de estanho,

os girassóis

de plástico

na mesa de madeira gasta

em ângulos octogonais.

A pintura,

madura,

da menina de quatro anos.

Na sala,

lilás e roxa,

fito a inabalável

espera da resposta,

do sentido, enfim,

do por quê?

Helena,

indiferente,

termina

sua obra primeira

e vai tomar

sorvete.

Está aqui

e não

carece reflexões.

É cor,

vida,

presente.

Não se importa

com futuro.

Filha,

veio,

veia

e obra maior.

Muito melhor e basta.

Gleidson Riff
Enviado por Gleidson Riff em 13/02/2020
Reeditado em 13/02/2020
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