Felliniana
O homem
comum
professa
na rua:
jejum de ideário.
O homem
jejum,
por sumo sacerdócio,
confessa
ignomínia.
Pueril, hilário.
Quão feliz
é o inverso,
inverno binário.
Senil,
alegre,
otário.
Ossário,
Dario, rei da Pérsia,
sicário.
O homem
revoltado,
Camus,
incendiário.
O homem
comum
não entende
Fellini.
A gata
sem evolução,
olhos verdes,
ambição,
escala a tela
da TV
e despenca
de alturas
inteligíveis.
O gato
azul e marrom
aguarda
a nova
encarnação.
Nós,
lesmas,
lemos
Nietzsche
e suamos
debaixo
de cobertas
comuns,
espermas,
barreiras
e Itália
relicário.
A vida
é lida
rediviva,
rede,
vida,
guarida.
No filme
Amarcord
recordo-me
apenas
do tio
na árvore.
O resto
é tudo perfeito também:
cenário.