Brig

Do tecido

epitelial,

esverdeados

olhos,

o veneno inoculado

de seu ódio involuntário

feriu-me

na insolente

contenda de

uma noite poeira,

humilhação e ruína às margens do Rio Grande.

Onde estará hoje,

fantasma branco,

com as entranhas

livres de vida

nova e despedaçada,

na animalidade

e na falta de compaixão?

Feia,

feia como a porteira

de um rancho banguela?

Leve como a sina

de um milagre resolvido?

Absorta como a expressão

incoerente

da vaca?

Vaga,

vaga

expressão do dia

após o dia.

O infinito rito

do descartável

e do ignorante.

Pensando no epitélio

esverdeado

dos seus olhos,

azeitonas

olivas

que dizíamos,

raspo a barba áspera de cães e cãs

e ouço o trompete

West Coast,

leio Cortázar

que você nem

aquém de longe

intui.

Bom deve

ser o ser da roça,

esterco embrutecido,

ignaro de gleba

e amar a natureza nesta tarde imbecil balzaquiana (sic):

aqui um bom bocadinho

de fel (equívoco) cuticular,

que é cansativo ser nobre

depois

do virar

das páginas de prata?

Não.

Gleidson Riff
Enviado por Gleidson Riff em 30/01/2020
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