Jones em sua cadeira no Conselho dos Sonhadores

Todo menino tem o direito e o dever de sonhar.

Meninas também têm,

muito embora, as cantigas de ninar,

sejam num tom diferente,

de acordo com cada universo.

Simples versos não são capazes de explicar isso.

Jones, um rapaz bom e trabalhador,

sonhava em ser um grande pintor

e já se antecipou -e pensou até,

que poderia pintar o mundo todo,

com a sua cor preferida,

já tendo escolhido com quem compartilhar,

a sua bela aquarela.

Também muito bela a menina,

porém aqui não tem nome,

mas ele sabe bem quem é.

Não era Salomé e nem filha do velho Barnabé.

Alberto, quando menino,

também sonhou em voar.

E voou,

se bem que começou com algo,

bem mais leve que o ar.

Não podia sequer imaginar,

que um dia, o seu sonho se transformaria,

nos enormes jatos que hoje cruzam o ar,

daqui pra e de lá pra cá.

Mas quem conseguiria imaginar?

Até morrer de desgosto, o coitadinho,

ao ver os seus brinquedinhos usados para brigar.

Uma grande briga e de gente grande,

que menino não entende

e menina não consegue aceitar.

E nem sequer teve, o Alberto,

reconhecimento pleno e total,

do sonho tão lindo que um dia sonhou.

A paternidade do seu invento ainda hoje é questionada.

Adulto também tem o direito de sonhar,

mas com os frutos que já deram

ou que ainda vão dar,

como aquela mangueira ou aquela jaqueira,

que um dia teve a coragem de plantar.

E é claro que os insetos tentaram atrapalhar.

Decisões erradas, causam uma dor de cabeça danada.

É preciso também -e hoje, talvez o Jones saiba disso,

sonhar de forma diversificada e diferenciada,

tendo sempre a possibilidade de um plano “B”,

para que a VIDA, a maior das Conselheiras,

possa nos orientar, caso venhamos a fracassar.

Sonhar certo não é nada fácil

e com a pessoa certa, mais difícil ainda,

mas se tudo fosse fácil,

ao invés da erva daninha na horta,

com certeza só nasceriam folhas de alface.

A vida tem várias faces

e não é fácil pra ninguém.

Mas para quem é do bem,

ela sempre mostrará,

um leque de oportunidades,

de também ser feliz.

Sempre com o seu próprio nariz,

fazendo o seu próprio juízo

e sendo o seu principal juiz.

Onde aparece Jones,

poderia muito bem ser Luiz

ou Luzia,

porque todo mundo um dia sonhou.

Até o infeliz,

mas não creio que o infeliz tenha pensado nisso.

Feitiço dos maus Conselheiros.