GUARDIÃS
Carmo do Macacoari
Em Itaubal do Piririm.
Comunidade negra ribeirinha,
Com glória, tem belas rainhas
Nos cantinhos do Amapá,
Ouvimos tantas histórias.
Vivências pluriculturais
De ancestrais e atuais.
As mulheres negras macacoarienses,
Guardiãs da memória local.
Dons nas mãos, uso das matas,
Roça de toco, criação de quintal.
São atividades corriqueiras,
Festejadas nas marabaixeiras.
São grandes as perspectivas,
Em torno da realidade.
Uma verdadeira Odisséia,
Em busca de alteridade.
Cidadania e autonomia,
Começam nas primeiras horas do dia.
Resistente é o pertencimento,
Que traça sua linha do tempo.
Do antigo ao contemporâneo,
Mulheres, seguem militantes.
Desbravando a Amazônia,
Como uma orquestra sinfônica.
A verdadeira história de um povo,
Devemos sempre preservar.
Existente só na oralidade,
Raridade se tornará.
Foi então, que Maria das Dores,
Amapaense destemida.
Dorica, de alma aguerrida,
Sentiu como grande missão,
Registrar essa historização.
Filha genuína do local,
Infância, juventude, com humildade.
Sempre presente nas festividades.
Registra com pioneirismo,
Memórias, com cientificismo .
Um resgate das tradições,
Costumes e integrações.
Defesa de cunho essencial.
Preservações são fundamentais.
Para as gerações terem referenciais..
Negra Aurea: 16/04/2019 20:40h