O Velho do Rio

Nobre Velho,
Guardiã das pegadas do rio seco
Enciclopédia das historias que explica
Com muita energia e paixão, o que se
Passaram nestas terras, dos tempos que
Lá se vão, herdeiro de uma real historia
Que do seu avô resgatou, e hoje repassa
Para o mundo as gravuras estampadas
Na terra roxa, que com os pés escreveram
Os prés historicos animais.

O Inverno chega, e com ele as chuvadas
Faz subir o nível das águas, o chão
Seco torna-se molhado parindo um filho
Batisado de riacho, escondendo assim
Os segredos do passado, o velho com o olhar
Agradecido e emocionado enche os olhos
De lágrimas, ao ver novamente o rio que
Quando se vai, floresce com o seu barro
Marcado pelas pegadas dos antepassados.

A sua barba prateada cresceu ao longo
Do tempo, dedicado com amor a cada palmo
Daquele chão, hoje tão afamado e adorado
Por todos aqueles que por ali passam,
A sua poesia é escrita ao ar livre em
Companhia dos pássaros e dos pequeninos
Macacos saguins, que com os seus gritos
Fazem a sua festa nos galhos da Jurema,
O seu escritório improvisado, fica abaixo
Da trepadeira do maracujá que com sua sombra,
Desvia o vento fresco, dando uma sensação
De estarmos no Ar Condicionado,
Tudo fica muito pertinho da beira do rio
E Assim rompe os seus dias o Velho do Rio,
Conservador do Vale dos Dinossauros.