Ave do Sertão

Ave do sertão, voa solitária a procura

De amor para o seu frágil coração,

Da planície foste parar no litoral

E sem fronteiras viajas na solidão,

Vives livre sem gaiola, abandonaste o ninho

Mas buscas os jovens carinhos sem excepção.


Tuas penas douradas  são os frágeis cabelos

Que em destaque contrasta com a manta verde

Compondo a natureza embelezando os campos,

O teu canto arrastado e rouco alegra as tristes

Manhãs dos agricultores que lavram sua pequena

Esperança do escaldante chão.


O pão é pouco, mas os corações simples e humildes

Ordenam ao mordomo que lhe sirva o alpiste,

Para que mantenha-se nos quintais de Malta

Entoando suas notas musicais, adormecendo os mais

Velhos e alegrando a dança dos sistemáticos casais.


És a primeira-dama deste jardim, uma maestrina

Que contagia de emoção com o seu abraço os corações,

Uma ave em forma de mulher, uma ciranda para os anormais,

A fonte que jorra a água colorida de lilás,

e inspira os oradores sob o céu colorido de lágrimas dos

fogos de artificio,

Um ramo de flores cedido pela noiva que repassa a sua

felicidade dando chances há um pássaro que procura por amor!

Uma ave com poder de camaleão, que se transforma em Eliana.