Agosto de 1945
Era mais uma bela manhã
o sol brilhante sobre o céu do oriente
O mundo estava em guerra
Muitas mortes de inocentes,
Ainda assim vi crianças
Brincando, com a esperança
De ver o mundo sorridente.
Já faziam seis meses
Que o Japão sofria
Foram 67 cidades
Destruídas dia-a-dia
Alarmes soavam a todo instante
Barulhos apavorantes
Mais e mais bombas caíam.
Mas naquela manhã de Agosto
O rumo da guerra mudou
Pois o "pequeno garoto"
O mundo inteiro abalou
O Little Boy americano
Carregado de urânio
A todos apavorou.
As 8:15 da manhã
Enola Gay, um avião B-29
Liberou a carga nuclear
A cidade não teve sorte
Hiroshima foi devastada
Destruição, fogo e fumaça.
- Meu Deus! Quantas mil mortes.
"Nunca esquecerei esse momento
As ruas ficaram tão quentes
Que meus pés queimavam no chão,
Vi ossos, braços e pernas de gente
Pessoas que tentaram fugir
Prédios em chamas a ruir
Tudo era um inferno verdadeiramente" *
Como pode o homem ser tão mau
A ponto de destruir seu semelhante?
Assim pensaram muitos na época
Acharam ter visto o bastante
Mas o fato se repetiu
E de novo o Japão ruiu
Em lamentos, fogo e sangue.
Três dias se passaram
Ainda tentando se recuperar
Famílias procuravam seus mortos
Muitos nem sequer poderam enterrar
Pois logo surgiu outro demônio
Carregado de plutônio
Para a história reprisar.
Dessa vez em Nagasaki
Às 11 horas da manhã
O "Homem Gordo" caí do céu
Sobre a comunidade cristã
Destruindo mais uma vez
O sonho do povo japonês
Que não poderam ver o amanhã.
Harry Truman foi o presidente
Que autorizou os ataques
Os Estados Unidos comemoraram
A sua potencialidade
A guerra assim findou
Mas em guerra não há vencedor
Apenas perde-se a humanidade.
Basta de guerras e destruição
Vidas e mais vidas perdidas
Aonde está o amor ao irmão?
Hiroshima e Nagasaki
Entraram para história
Mas sua dor não foi esquecida
Seu povo ainda chora.
(*Depoimento de Sumie Kuramoto, tinha 16 anos quando presenciou o ataque em Hiroshima)