DEDICATÓRIA
Quando me encanta o verão
Vejo não apenas o que há para os olhos
Elas estão belíssimas!
Bom dia! digo a qualquer pessoa que passa
E tão logo estou envolvido, atento observador
Há quem as considere – por conta da antiga poesia
ou pelo histórico das tradições – personagem frágil
Há os de vida triste, e as condenam pelas poucas vestes
Há os que não dão conta do presente e preferem as que ficaram
E há quem as observe sob o tino do perceber
Eis que me encontro
Elas desfilam da origem dos meus sonhos
À demolição dos meus desejos
São tantas, são peles, são ventres, sorrisos, cabelos...
Boa noite! despeço-me à toa.
Fiquei-me bobo como não se fica: ainda faz manhã...!
Elas estão belíssimas!
Estranho notar que alguém considere a ousadia
Elas estão belíssimas!
Como não torcer pelo vento entre as saias?
Elas estão belíssimas!
Minhas pernas desobedecem, o que não dá para entender
A cabeça tornou-se polia, carrega os olhos de um lado pra outro
Recebo-me adolescente morando em minha farsa
Abrindo a garrafa, pensando ser livre, contando vantagem
Preciso sair deste inverno
Preciso aprender a ser outro
Elas possuem um jeito único de me conquistar
Inventam de passar em minha frente
Ah... Como me encanta o verão...