Dedicatória

Dedico meus versos,
Sem pressa,
Sem prece,
A quem nunca me ouviu;
Fugiu em milhas das letras,
Caiu na tentação do bloqueio,
Foi-se,
Sem que nossas vidas provassem da troca ocasional.

Dedico aos olhares de estranhos,
Sem cruzamentos,
Sem mandamentos,
Apenas casualidades sem razão.

Dedico a quem passa por passar,
Sem interferência,
Sem intransigência,
Criando o cenário amorfo
Dos dias que me inspiram
Pelo simples fato de estarem aqui,
Nesta conotação temporal criada.

Dedico estas linhas,
Sem prosa,
Sem rosa,
Aos desconhecidos desta tela mutante
Que é a vida.

Somos coincidências oportunas.