Aos meus Herois
Heróis não tem nome, não têm riquezas, não tem
prestígios, não são lembrados, muito menos
premiados ou ovacionados.
Meus heróis não tem máscaras, capas ou ternos e
gravatas. Eles são a massa; são peso morto, mãos
calejadas, olhos vermelhos, pés descalços, roupas
sujas, flagelados da miserável burguesia.
Mas, são dessas mãos tarimbadas que vejo nascer em
meu espírito um sinal de oração, de gratidão, de perdão
de justiça e indignação.
Quem construiu vossa casa? O Cristo, a Esplanada?
O palácio da Alvorada?, As Catedrais, as Muralhas?
As Guerras, o Lanche de casa, o presente que
ganhaste? O vestido reluzente? As joias de ouro e
prata?
Regozijo-me humildemente sobre vós, porque não se
pode subir sem escadas, não se pode levanta-se se
um mão amiga, camuflada de nada e que do nada é
capaz de fazer a criação.
Tão insano es tu pobre ser humano que não enxergas
os verdadeiros senhores de vossa ascensão, gloria
e exaltação. Mas, enxergas a léguas o palmo sujo,
a catinga de vosso irmão que derrama seu suor
para que tu possas banhar-se de essências, exalando
o doce veneno do escorpião com único objetivo de
mascarar a podridão que o consomes por dentro
e destrói vosso coração, outrora tão bom.
Nos livros apenas nomes dos reis, dos senhores da
manipulação, contam a história dos séculos e das
gerações escondendo a verdade por trás dos bastidores
da vida, muitas vezes banhada de morte, lutas e críticas.
Triste fim este de nossa civilização, viver na escora,
na escória de nossos olhos fechados, desviados,
totalmente de lados para hipocrisia, e de frente para o
espelho da vergonha e da lamentação que refletem o quão insignificantes somos nós por não reconhecermos o pés que
por nós pisam no chão, alicerçam nossa vida e alimenta
nosso sádico e vergonhoso discurso dos grandes campeões.
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Obrigado infinitamente a vocês que me permitem
ser o que sou, chegar onde cheguei, tornar-me o que tornei.
AOS MEUS GRANDES HEROIS. DE CORAÇÃO!