na expressão audaz dos teus olhos
fiz um mergulho sem volta,
na tua chama exposta...
que reluzia, vorazmente!
na quietude que ardia,
sobre nossos corpos extenuados...
sob chumaços de algodão,
a nos envolver, suavemente...
nas ranhuras da ponta do giz,
que, delicadamente, absorve...
à luz enigmática - que exalava...
intempestiva - do seu olhar...
ausente, que, viajava nos terrenos meus
e, lascívia, tu esparramava-me, sem pudor
na alcova lilás do nosso quarto que chovia...
sobre as alfombras cinzeluras no nosso leito!
ao repousar êxtase e fenessi sob tempestades...
à meia luz, da lua - que nos assistia, enciumada
ao se inebriar com a flâmula acesa dos amantes;
que inevitavelmente - esperavam o amanhecer!
sem pressa e sem alarde - na calada dos corpos
emoldurados, num giz a pastel, que deslizava,
sobre o cançon p'ra imortalizar àquele momento...
ir e vir da arte exposta - sem subterfúgios ou atalhos.