FLORES DO MAR

FLORES DO MAR

À doce poetisa

Madalena Barranco.

‘Navegar é preciso’, Maysa!

Inconstante

voz constante-cantante,

Musa Maysa!

Inquietante... sobre as torres

entre Rio-Niterói

nosso mundo caiu.

Maysa à flor da pele,

magnólia pérola-flor,

Fleur de le Monde Moderne et

une chanson mélancolique...

Palma-partida,

navegar à luz do Farol,

“... a ocidental praia lusitana leva a

palma à castelhana.”

Aos mares!

‘Navegar é preciso’, Mágdala!

Monde-Galilea

por mares-Verdi...

‘Navegar é preciso’, Callas!

“Ave Maria, piena de grazia...

Ô femme bénie,

de tes entrailles maternelles, Jésus.

Amen.”

Melenas ponteando aos mares,

por violento “Mistral”.

‘Navegar é preciso’, Helena!

De Tróia, das Torres,

‘Cidade das Torres’,

Flores do Mal de Helena.

‘Navegar é preciso’, Madeleine!

Em busca da escrita-pérola-flor perdida.

Barreiras do ‘Nilo da linguagem’ transbordam um

barrento azul lodoso-gozoso, indefinível,

e signos misteriosos...

À margem molda, então, Helena,

meditaerrando ao clima

mediterrâneo... desliza

a moura Maria,

a “Rosa do Oceano”,

desliza... a Mousa dos Montes

rumo ao mar Celta,

junto à Galiza...

Cervantes, avante!

Delícias... de bolo-pequeno-farinha-ovo

a “Carrot Glacê” "a la marinara”.

Galícias,

Carícias...

“Vestida de Prata”

ali crava

a Torre de Sória.

Ferrante Farol acima luzeiro

governa a noite

em nascente mar Vitória!

Farol alumia náufrago-alumiou...

Nadando-Fredenando

entre mariscos, revoltos rabiscos,

pescados...

Então, à força das letras,

entre o “Salgado” e o “Doce”,

meu olhar é para você,

Flores do Mar.

PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS

Campinas, é primavera de 2006.