AVÔ
Palavras cansadas, sabias porém...,
Ditas pelo teu amor que em mim existe;
E a certeza no olhar alegre ou triste,
Sério ou simplesmente tão sereno...,
Amei-o como avô e como um pai também.
Mesmo que já crescido, fui o seu pequeno...
Transmites paz e a segurança nas peles murchas da idade.
Mãos calosas da lavoura e do engenho, tempo de saudades.
Um pouquinho surdo, um lindo grisalho
Nos cabelos de brilhantina em orvalho.
Sem alguns dentes no seu sorriso calmo...,
Meditavas para mim a proteção de um Salmo.
"Querido homem amado do sítio, suas velhas pálpebras são os pergaminhos dos dias passados"
Te amei em vida e na morte, és minha prece,
Sem você meu coração sofre, minha alma padece...
Jlle, 05/08/1990.
Poesia feita no dia do falecimento do meu avô materno (José Celso Cardoso).