Meu violão...



Meu violão companheiro
  Amigo de todas as horas.
     Suas cordas envolventes,
Entrelaçam-se em meus dedos...

             Num vai e vem de acordes,
         Envolvo-me por notas breves,
 Claves de sol, colcheias e semi-colcheias,    
          Em sinfonias celestiais...
         Que me toma por inteiro.

E do aconchego do teu braço,
       Entrelaçado com os meus,
 Dançamos melodias... inusitadas...
      Nas partituras do infinito...

Recolho e colho-me pétalas,
 Do meu violão companheiro
Novas possibilidades de entrega,
 Ao exalar estrelas e nuances.
       E cheiros astrais.
No descompassar frenético das cordas,
Que deslizam mansamente em forma de acordes...

Que me embriaga e mata minha fome de violeiro.
Que acordo todos os dias... inspirado...
 Para decifrar inóquo, partiruras d'alma em segredo...

E, o meu coração agradece o dom divinal
 Por entre cordas a executar tons e semi-tons, 
No dedilhar sensível a espraiar lembranças e tristezas...
 E afinar meu coração no pulsar que canta! 

          E poder tocar com certeza,
     Uma  estrela cadente no azul do céu,
Que me visita da varanda da frente - encantada,
Que sente e envolve-me de fragrâncias e elixis,
 No ápice do compor e repor sons e melodias...
 Que encerram a própria natureza de seresteiro.

Eu, que sou amante das cordas flamejantes,
 E, que acordo sem medo em noites de tempestades,
 De verão, outono, inverno e primaveras... 

Oh, violão plangente,
Por entre notas dissonantes,
Sustenidos e compassos...

    Entrego-me

      Permito-me
    
        E,  abro-me

            Em desejos...

Elzana Mattos Ferreira
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 27/03/2011
Reeditado em 08/07/2011
Código do texto: T2874207
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