Ah, o tempo...
 
Da varanda acessa dos anos...
 Um sentimento morna,
                 Na caneca vazia do tempo.
 
              Ora, vultos, imagens,
                       Entrecortam..., o vazio.
 
E do córrego pequeno,
Água densa escorre...
        E revolve folhas secas,
             Caídas a esmo...
E do fogareiro,
 Apagado de tristezas...
     
  Nuvens cinzentas...
 Sem brasas,
                Cingem o céu.
 
E num semblante frágil, de menina,
     Olhos grandes, serenos e profundos,
             De lembranças e rabugices se adota.
               
  De mulher forte, pele seca,
            De uma alvura sem par,
               Que se mistura com tudo.
 
E, bate e rebate..., a hora que passa.
     Ora que, celebra e cora.
 
      E, o riso breve..., chora.
        Chora..., a hora,
              Ora chora, lá fora.
 
            Oh... Cora!
               Cora menina,
                Menina cora...
 
     Sentada à soleira,
          A contemplar...
                 E suspirar...
                       Mocidade!...




Homenagem Póstuma:    À divina poetisa,
                                    Cora Coralina
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 11/03/2011
Reeditado em 07/07/2016
Código do texto: T2841487
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.