Homenagem ao velho Buck

Como o velho Buck, um dia irei ficar

Não tão sórdido e nem tão perverso

Talvez um pouco mais,

Talvez um pouco menos

Em suas linhas corro minha imaginação.

Em minhas leituras, cativo-me de suas ideias

Qual é a graça? Qual é o prestígio?

Valho-me de boas intenções?

Lê-lo é rever o passado imaginando um futuro

Gargalho sozinho de suas peripécias

Divirto-me com suas confusões e

Retratos toscos de uma realidade

Em suas sentenças me esbaldo

Quão divertido pode ser um poeta?

Calmo e até incompreensível por demais

Não encontro todas as palavras para descrevê-lo

Homem diurno, homem noturno

Mais homem que isso só se for com o pau para fora.

Sujo, devasso, pervertido e pornográfico:

Um verdadeiro ídolo.

Simples como ele só e nada modesto

Sua imoralidade aflora a vontade

Suas experiências equivalem a grandes estudos

Vulgaridades a parte, tínhamos um gênio.

O cântico dos cânticos nunca revelou sua presença

No entanto, safado que era, de certo comia alguém, sorrateiro

Bêbados canônicos; percebi que somente dois deles eu admiro:

O velho Guatemar e o velho Buck (ambos safados)

Quantas palavras merece o Homem de poucas palavras?

Creio que quantas ele mesmo escreveu

Por mais hediondos que foram seus dias,

Por mais que tenha amado e sido amado

Cada palavra sua é a desmistificação do cotidiano

Um relatório, um diário, uma confissão sem dó.

Coragem nunca lhe faltou em qualquer de seus instantes

Do pouco que li o do muito que lerei, eu sei!

Se por ventura nessa homenagem faltaram

Vaginas e caralho, em sua vida nunca houve de faltar.

Espelho-me em sua ousadia, de um dia,

Porra nenhuma me faltar e nem buracos ter para meter

...onde quer que você estiver, que esteja comendo alguém!

Pedro HD Delavia
Enviado por Pedro HD Delavia em 22/01/2011
Código do texto: T2746074
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