CELESTE ITALIANA
Celeste, prima da minha gratidão,
sempre lembro do nome Celeste,
querida amiga da retidão
dessa lembrança que me veste.
Quando na praia, o mar,
ardia nas salivas das medusas
agulhando-nos ao nadar
entre a suas pernas confusas,
Celeste, deitava a luz solar.
Contava-nos anedotas,
alegremente, cheia de areia,
observava as gaivotas
com seu olhar de sereia.
Em meio a sua loucura
Celeste, sóbria, nos fazia rir,
até nos causar tontura
enquanto sua canga se punha a vestir.
És, assim, da cor do céu
que me socorrestes em dor
quando estive em Israel,
em febre ardia, eu, de amor.
Dispensas tu superlativo
pois teu nome é da imensidão,
minha prima, o motivo,
a rainha do nosso brasão.
De tempo em tempo,
me visitavas preocupada,
nada caiu no esquecimento,
turma de italianada.
O termômetro em tua mão,
me examinavas atentamente
medias carinhosa a minha pressão,
e como eu estava mesmo quente!
Quando em desvario partiu
para a sua Itália
nos deixando assim, sutil,
para a sua vida solitária.
Céu azul Celeste, céu azul anil.
Prima e inesquecível amiga,
jamais te esquecerei,
no âmago da minha ferida
sempre te agradecerei.
(YEHORAM)