JULIA II
Era uma mulher rara e bela
tinha um andar de felina
um doce dengo no falar e no azul de seus olhos
eu sonhava ser a estrela maior...
Era uma mulher de beleza indescritível!
irresistível em sua mini saia expondo suas coxas grosas
e pela praça passava manhosa
felina maJestosa
com um andar irresistível a promover frisuras
e tirar o folego !
Tinha lá um quê de realeza
imposta na cor de sua pele alva
seu sorriso brilhante marfim
e seus cabelos longos loiros
assanhados pelo vento que vinha do rio!
Hoje lhe guardo nos sonhos, nas lembranças
uma loira manhosa e linda
de quem nunca esqueci o sorriso
o beijo com gosto de mel silvestre
o corpaço que meu braços abraçaram
e minha boca sua boca eternizou aquele beijo...
Que não a confundam com Fátima de Mário Campos
Rosineiva ou Laura as bonecas Rossi
ah... quantas mulheres lindas tinha em Santa Maria
enquanto algumas foram concebidas,
elas foram pintadas em telas que se eternizam
a cada vez que recordo as ruas de Santa Maria...
Aquela flor desceu o rio
sumiu na fumaça do vapor
evaporou
vestindo um vestido branco de bordados vermelhos
ela desapareceu partiu...
Quem sabe um dia meu coração
também desce o rio
ou numa roseira na praça do jacaré
encontre minha flor que partiu!
Ela surgiu e sumiu da vida do poeta
como flor que desabrocha e murcha no jardim
deixando um vazio perfumado em seu lugar...
Assim por encanto ele surgiu
no quintal do Santa Clara florou
e depois sumiu!
Só os vestígios restam na lembrança
Júlia... a miss primavera de Santa Maria da Vitória...