MEU PAI (releitura)

(ao meu pai Edgard, in memoriam, com amor e

gratidão)

Perdia-se nos bosques do espírito.

A cabeça erguida, para sempre ver além

da inexorabilidade do destino.

Elevado à dimensão de anjo

por meu céu interno,

trazia-me rosas

e provisões de inverno

para a herança das chuvas,

sem jamais mostrar-me os espinhos,

por puro livre arbítrio.

Hoje,

dos longes me volta teu rosto.

Esta luz sobre meus vales escuros,

estas feições

sobre meus traços insólitos,

olhando com amor

todos os meandros de minha alma,

e minha atônita fartura de saudade.

Respiro tuas veias,

nesta sincronicidade de matéria

nesta unidade de alma:

margens de um amor

que corre para a eternidade.

(D.A.reservados)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 13/08/2006
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T215402
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.