MEU GURI

A noite era fria e chovia tanto...

O vento açoitava furioso a vidraça

Em meio a risos, dores e pranto

Conheci o tal "estado de graça"

Há vinte e dois anos nascia

Na maternidade da Beneficência

Um guri, que de tudo fazia

Pra testar a minha paciência

Muitas noites mal dormidas

Acordadas por chorinho terno

Tinha o hobby de longas mamadas

Mas tinha que ser, logo no inverno?

Bola de gude, pandorga, figurinha

Lancheira, karatê e futebol...

Boletim, gangorra, e praçinha

Pirulito, e xixi no lençol...

O tempo fez do guri um homem

Que da minha saia, se desgrudou

Mas sou a mesma mãe de ontém

Ainda pergunto: filho, já se alimentou?

Milene Sarquissiano

29.07.09

(Dedicado ao meu filho LUÍS OTÁVIO)