ANTÔNIO SOARES
Quem é aquele que lá vem
com um andar cadenciado
como se caminhasse por música ?
Quem é ele que fala por partituras
e dos lábios líricos boceja canções ?
Quem é esse menestrel de Santa Maria da Vitória
que transforma dor em riso
flor em canção
... e lá vem ao longe vagando lento !
caminhado nas ondas do vento
como se fosse um santo
regendo as claves da vida
como se fosse um instrumento...
Quem é esse homem que eterniza saudade
com prazenteiros tons
extraídos de um violão ?
Brilha sem holofotes!
discreto, tal qual seu sorriso
Nas noites magnatas do Clube Dois de Julho
e no alpendre de sua casa
a lua se curva para ouvi-lo tocar.
Quem vem lá
solando as cordas do vento
fazendo dele um simples instrumentos ?
As pedras tiritam e cantam ao vê-lo passar
os pássaros em gorjeios o chama de mestre !
menestrel magistral
maestro colossal da era
que dedilha as águas quando na proa da canoa
vai e vem
rio abaixo
rio acima escrevendo na pauta do vento
uma canção de ninar.
Quem é ele que faz do arco-íris partitura
a lampejar nos céus, uma canção para Ítala ?
Eu poderia até esquecer as ruas de Santa Maria da Vitória
porém jamais esqueceria os solfejos de Antônio Soares
seu domínio ao tomar o violão nas mãos !
Embalava a saudade
as lembranças de tantos ais...
Embalava os dias as noites de SaMaVi!.