O CANOEIRO E A PONTE
Foto: Salu.
Lá na curva do rio tem uma ponte
- feito a pedra no meio do rio!
Uma ponte que nos rouba o sono
feito as enchentes do Corrente!
Esta ponte tirou-nos d’alma a alegria de viver
o meu paquete... os meus trocados...
a alegria da travessia de gente vai e que vem
de um lado prá o outro do rio...
Ah! Tenho vontade de pular daquela ponte e morrer!
mas eu amo tanto este velho barco,
meu remo e o rio de Santa Maria!
Tenho vontade de surpreendê-la dormindo
e colocar uma dinamite a seus pés...
mas dói-me no peito o pensamento
quando ao raiar do dia crianças de azul e branco
tiritando de tudo pela ponte vêm, rumo ao amanhã!
dos santos que se abraçam pelas margens do rio...
São Felix e Santa Maria e sua gente
que vai e que vem
sem sequer lembrarem-se de mais mim
as margens deste rio, com meu velho barco
a viver de recordações do tempo das travessias...
O ajoujo de Emílio
o paquete de xoroxó e tantos outros
barqueiros...
Os barcos apodrecem fora d´água
esquecidos à sombra das gameleiras
ou debaixo do centanário tamarineiro
onde João, José, Chico enterram velhas lembranças
e viram morrer de desgosto o porvir que não veio
enquanto em casa falta-lhes o pão, que a ponte levou.
Por baixo dela vão anos e anos de felicidade
por debaixo da ponte passam sonhos e planos
a vida que o rio levou...
------------------
Hoje além da ponte tem a passarela, que tornou-se simbolo postal das cidades vizinhas.
A João Xoroxó e Emílio do Ajoujo
SaMaVi – 1977
SaMaVi – 1977
Foto: Salu.
Lá na curva do rio tem uma ponte
- feito a pedra no meio do rio!
Uma ponte que nos rouba o sono
feito as enchentes do Corrente!
Esta ponte tirou-nos d’alma a alegria de viver
o meu paquete... os meus trocados...
a alegria da travessia de gente vai e que vem
de um lado prá o outro do rio...
Ah! Tenho vontade de pular daquela ponte e morrer!
mas eu amo tanto este velho barco,
meu remo e o rio de Santa Maria!
Tenho vontade de surpreendê-la dormindo
e colocar uma dinamite a seus pés...
mas dói-me no peito o pensamento
quando ao raiar do dia crianças de azul e branco
tiritando de tudo pela ponte vêm, rumo ao amanhã!
dos santos que se abraçam pelas margens do rio...
São Felix e Santa Maria e sua gente
que vai e que vem
sem sequer lembrarem-se de mais mim
as margens deste rio, com meu velho barco
a viver de recordações do tempo das travessias...
O ajoujo de Emílio
o paquete de xoroxó e tantos outros
barqueiros...
Os barcos apodrecem fora d´água
esquecidos à sombra das gameleiras
ou debaixo do centanário tamarineiro
onde João, José, Chico enterram velhas lembranças
e viram morrer de desgosto o porvir que não veio
enquanto em casa falta-lhes o pão, que a ponte levou.
Por baixo dela vão anos e anos de felicidade
por debaixo da ponte passam sonhos e planos
a vida que o rio levou...
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Hoje além da ponte tem a passarela, que tornou-se simbolo postal das cidades vizinhas.