HAVIA UM ANJO em nossa casa
HAVIA UM ANJO em nossa casa
E eu não sabia (in memorian)
Sempre foi tão silenciosa,
Andava a passos bem suaves.
Tinha uns olhos adoráveis
Do azul da pedra preciosa.
Nos lábios, meigo sorriso,
Em seu rostinho tão alvo.
Tinha um semblante bem calmo.
Não pensem que eu amenizo.
Mãos pequenas, delicadas,
Não se pouparam ao trabalho.
Tornavam belo um retalho,
Foram sempre tão prendadas.
Na cozinha ou na costura
Foi sempre muito eficiente.
E também inteligente
A bondosa criatura.
Só após ela partir
Para morar lá com Deus,
Percebi, ao dar-lhe adeus,
Que saudade ia sentir!...
Lastimo jeito não ter
Pra “meu Anjo” retratar.
Pois, do Céu, pra me guiar,
Deus me deu quando ao nascer.
Nem é preciso dizer
Esse seu nome querido.
Quem não terá compreendido?
- Só minha Mãe pode ser!