VERSOS PARA UMA TEOLOGIA VERSADA POR UM LEIGO
Quero escrever alguma coisa... Uma minuta
nunca dantes escrita - mas não uma labuta -
por estas plagas e plagas outras
meu coração vivenciará
e outras pessoas conquistará.
Neste Vale do Jacuípe onde caminho
com meus passos e coração em desalinho
enxergo uma região sertaneja triste que chora.
Feira de Santana a " Princesa do Sertão "
nestes cantos de então.
Nos é muito facil recitar versos
no pretérito - quero - fazê-los aos terços
por inteiro e tudo no presente.
Homenagear pessoas neste agora
mas também, às de outrora.
Pra mim, que sou em eterno saudosista
busquei por muito tempo por ser recordista
do amor em verdade, homenagear minha terra.
Nunca tive êxito. O faço neste fascínio
à terra que me permite o domínio.
O domínio da sensibilidade
porque não deixar claro minha idade
- haverão alguns que logo -
descambarão - pra outro lado -
Isto não quero. Creio nada ter violado.
Quero ter você que me vê...
que fará do meu livro um bem dizê,
um novo despertar - uma glória a paz -
do contrário, não posso acreditar
em você e nem aceitar.
Aceitar, deixa-me ver... a candura
do renascer a cada instante da doçura
de enxergar a cada linha do escrito;
quero ter você neste pensamento
e nisto não abro mão do momento.
Estes dizeres, estas palavras - precisam -
tão somente do teu carinho. Necessitam
de um novo alvorecer.
Não ! Não ! Necessitam do agora - justo -
deste ensinamento que clamo por ser injusto.
Usualmente busca-se no pretérito
saudar efeitos duvidosos sem inquérito.
A lembrança nos faz ver - o preto velho -
da Igreja Senhor dos Passos - com nariz deformado -
pelo padre e nós ignorado.
É bonito isto ! Não ! Não ! Reflitas
enquanto há tempo e repitas
pra você mesmo se está certo,
às pessoas ignorarem irmãos sofredores
menos afortunados e com suas dores.
Tenho dito - que de nada adianta -
pedires ajuda ao teu Deus - sua anta ! -
O segredo deverá ser o respeito
a ti próprio - não consegues... - chora
coração e ai pedes ajuda a Deus que te adora.
Te ajuda que te ajudarei...
Diz a sabedoria. Eu implorarei.
De nada adianta isto
quando não há respeito por vós próprios,
imagine para nós, os impróprios.
Na hora da dificuldade pedirás por uma graça
que a buscarás no recanto da praça
quando por verdade, olhes pra dentro de ti
se tiveres condições. Conseguiu ? Não tentastes, não é ?
Se conseguires... assim não é possível, é ?
Diz-se: que esta terra foi considerada a cancela
do sertão, por ser muito próxima a cidadela
da capital. Poucos quilômetros separam
uma da outra pra minha exposição
que se destina a uma causa em expansão.
E o que quero, peço, exponho,
são nada a mais do que os versos que componho
em nome da paz. Tudo facil de fazer:
- peço amor, carinho, fraternidade - viagens -
ao alcançe de todos - por todas passagens -.
Quando criares a consciência que estás me lendo
passes pelo Correio da Av. Getúlio Vargas e revendo
o teu coração - estendas - o teu corpanzil
e olhes pra baixo. Encontrarás uma criança
amamentada c`agua e farinha de mandioca. Esperança ?
A esperança da sabedoria popular
deixa a desejar em todo lar.
Esperança da língua pra fora
coroada de instruções religiosas
longe das realidades desastrosas.
Esta esperança: os chamados cristãos
vivem a procurar em todos cidadãos.
O que fazem ? Que tristeza, estão longe,
muito longe da realidade deste direito.
Pergunto: o que tens feito ?
Alguém deverá saltar imediatamente
recriminando os meus dizeres, a minha mente;
retorno o pensamento e por mais que estude
encontro em cada ponto e canto do Universo
a tristeza que traduzo pra meu verso.
Quando penso e digo arrumar - é arrumar -
luto sozinho - com outros - procuro dar
um triste seguimento aos meus poemas
ao não encontrar a realidade que buscais
nesta farsa indolente que procurais.
Vejam ! São chegados dois mil anos. Que fizestes ?
Que fizeram ! Senão brigarem, matarem, usarem suas vestes
carnais nas suas peles de cordeiros enfurecidos.
Nada vejo além da escuridão
pra coitado de meu arrasado coração.
Quando em verdade, procuro e procuras
uma felicidade simples, as vezes duras
realidades que não sabeis discernir
por tamanho orgulho ferido
que nada vale neste recanto sentido.
Triste da minh`alma que não sei consertar
o mundo. Precisaria ter forças pra ajeitar
este tipo de coisas. Tenho plena consciência
que se nos juntarmos nesta causa
poderemos começar a arrumar isto - sem dar pausa -.
Não percas tempo, se quiseres... conseguimos
é só quereres. Abraces um amigo, vá ! Eu e tu sorrimos
a cada sensação destas de encantar o coração.
Quem está ao teu lado não é teu amigo ? Não importa !
Olha ! Não custa abraçá-lo. A mim e a ti reconforta.
Abrace-o... e se poder.... beije-o
não percas tempo, vá ! Vá ! Ame-o.
Nosso povo é muito preconceituoso
senão vejamos, quantos são capazes
de beijarem os rapazes ?
Os povos se beijam num simples abraçar...
Um abraçar de sei lá o que... Sei que é preciso dar
um pouco de si. Não importa ! Importa é que andemos
a procura do irmão ao lado - a partir dai -
poderá surgir uma grande amizade
e não será o que estará precisando a irmandade ?
Parece inacreditável, este meu pensamento,
tem se tornado coisa primeira neste sentimento.
Ao acordar - h á felicidade porque respiro -
e agradeço a natureza por me conceder
o ar a minha volta - o meu viver - o transcender.
Do escrevedor de versos: tabayara sol e sul
Ao escrever estes meus cantos, não poderia deixar passar a oportunidade de prestar a minha homenagem a esta gente de Feira de Santana - Bahia, e região. Foram escritos estes versos no momento que estava vindo de retorno para o Rio Grande do Sul, lá por volta do ano de 2000, mais ou menos.