Inverno doce (vai para ti Clarimundo Rohrig)
Em homenagem ao lindíssimo INVERNO de Clarimundo Rohrig
Quem és tu que modificas as manhãs,
alvoreceres límpidos, dessemelhantes,
enlouquecendo as minhas entranhas,
congelando até o fogo,por instantes?
Adocicas, magicamente, os lençóis,
transparecendo o mistério dos sóis,
entre os dedos das asas migratórias,
amantes se amam nas noites frias!
Oh inverno tão doce! Noites alonga,
santos sentimentos aquece e abriga,
debaixo da asa escancarada do céu,
emana tal calor, seu magnífico véu!
Nublas o prado verde e as flores,
acolchoando cada casa em neve;
ocultas os perenes frutos fulgores,
a longa cortina dos ciclos remove!
Inverno sublime do amor maior,
dos alucinados anseios temporões,
ascendendo aos céus suas paixões,
sinto minh’ama clamar teu sabor!
Santos-SP-17/04/06