Por que não estas...

Minh´alma vaga em rua sem saída, a sua procura, pousando na janela tua, fazendo serenata, cantando suavemente, feito a brisa que passa no frio da espinha, provocando arrepios.

Por que não estas a minha espera, estou eu debruçada, fazendo companhia à lua.

De meus lábios, somente murmuram palavras vazias sem a sua companhia, por que não estas...

As noites, já ofuscadas sem o brilho de teus olhos, carregam-me no colo, vem sem demora.

Sem o carisma do teu riso, sou peixe fora d´água, galhos secos quebradiços sem vida, por que não estas...

De braços abertos, e de peito aberto, esquece o resto, o universo conspira contra mim, sem a sua companhia, a chuva cai repentina, molhando meu corpo, mergulho em minhas entranhas na busca de fragmentos teus, apenas restou uma gotícula da essência de tua alma, misturada com a minha, fixada na pele, ainda sinto teu gosto, teu aroma inunda o ar que respiro a lembrança está viva na mente, por que não estas...

Sou estrada vazia, sem destino, sem suas mãos entrelaçadas nas minhas, o frio da solidão invade meu ser, no fitar de meus olhos, decifra o que penso, explode em meu peito o belo dos sentimentos, aflora no toque delicado dos meus lábios nos teus.

Minhas lágrimas deságuam no riacho das ilusões, não espera que seque em mim, o anseio de vê-lo, do céu ainda restou à lua.

Por que não estas...

Do meu lado, contando estrelas, trazendo no peito um coração batendo na mesma sintonia, dê-me sua mão, em sorrisos de esplendor, de alma despida, vencida pelo amor.

Escrito em: 03.09.2005

Por Águida Hettwer