Somente hoje...
A beira do caminho encontrei muitos espinhos, encravaram em
Minh ´alma, sangram feitos pingos de chuva, cada gotícula viscosa e de cor vibrante, tênue meus anseios e devaneios.
Aflora, desabrochando em cada pétala de rosa, a essência de minha existência, exala pelo ar, como incenso queimando.
Transpor na sintonia do verso, o gosto amargo do fel ao doce do mel, arrancar de minhas entranhas todas as façanhas e artimanhas de uma mulher.
Somente hoje, legar todos os atributos ao amor em absoluto, lançar-se a qualquer custo na íntegra de uma paixão.
Em cadernos de ilusões, descrever paradigma de vida, soltando amarras, abrindo portas, onde a luz do sol possa entrar e iluminar todo o lugar.
Feito fluxo de sangue que circula entre as veias e poros que vertem suor serenamente, somente hoje, me espelhar no flamejar de teu olhar e refletir a alma no espelho da vida.
Em flores de pessegueiro delicadamente rosadas pigmentar lábios empalidecidos, corações abatidos, deleitar na doçura e suavidade do toque, estancar cicatrizes, submergindo atônito sentimento.
Somente hoje.
Escrito em: 27.07.2005
Por Águida Hettwer