Colo da esperança
Sandra M. Julio
Antigas emoções despertam sonhos e nostalgia...
Ambíguos desejos calam entrelinhas jamais escritas
E... Na indelével transparência da memória
Revejo um saltitar de palavras, nunca ditas.
Dispo pretextos, delírios e só encontro ilusão...
Pecados insones acariciam noites frias e vazias,
Bordando em meus lábios o beijo da solidão,
Prescrito no desatino de todos os dias.
Tua fragrância ainda seca meu pranto,
Quando o silencio grita em minh’alma, teu nome.
Perdida no trilhar de um antigo canto,
Vejo-me sombra, num fastio de fome.
Assim cruzo os pântanos do meu eu... Depois,
Entre íngremes estradas, no colo da esperança,
Ouço o sussurrar de todas as cores, contando de nós dois,
Deste amor que não cala no peito e se faz lança.
Machuca, pedindo o fim da distância...
Implorando guarida aos braços dos teus pensamentos,
Às letras dos teus poemas e a este sonho de infância,
Onde me vejo princesa de todos os teus firmamentos.
Sandra
11/07/07