CAVALA!

Cavala!

galopo-te na vontade do bem-querer

querendo o teu amor fêmeo

na ânsia do te chamar aos carinhos

te querendo mais do que querer

te estando aonde estiver-te

é descobrir quem sou

nas tuas entranhas.

Cavala!

despir-te nas escâncaras

é embrenhar no teu sexo

de pétalas, macho da rosa

fumegante que te revela

mulher

Se te querer tanto é minha febre

na ousadia de ser tão-só tudo

que o homem deseja,

paciente na loucura do querer-te mais

e sempre como se o possuir-te inteira

fizesse de mim mais do que um deus:

o brilho nos olhos do te contemplar sem trégua,

embrenho-te no sexo o delírio

de quem se instala nas tuas carnes

como única fortuna

e se te procuro no suor da cama vazia

é porque a noite sussura aos meus ouvidos

só há mulher no teu despir longe de mim

porque estou em você, e do te querer não saio