TU, EM MEUS BRAÇOS

TU, EM MEUS BRAÇOS
Jorge Linhaça

Em meus braços descansas, exaurida,
num estado de semi-consciência,
unidos por divina providência,
dois náufragos lutando pela vida.

Na transparência desse teu vestido,
revela-se o corpo enxarcado,
teu lindo corpo, meu doce pecado,
tantos dias e noites pretendido.

Nesta praia, distantes das infâmias,
da hipócrita moral, tão burguesa,
expurgamos da mente a vil sizânia

Renascemos no amor em pureza,
a paixão, nossa nave capitânia,
salva-nos desse mar de incertezas.



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