VULCÃO - Regina Lyra

Erupção de sentimentos vários

materializa o nojo do escarro.

Empaca na inércia

o sussurro do vozerio

absurdo.

Gemido no calafrio da noite

incontrolado arrepio da pele,

desmonte do calor que oprime,

em larvas escaldantes de agonia.

O grito pálido

surge como um carrasco

amedronta na escuridão,

agouro noturno.

No sono

prazer do pecado,

esperança no amanhecer.

O mel se espalha pelo rosto,

o corpo adocicado aguarda

com seu jeito maroto,

vacila na primavera da vida.

A manhã surge voluptuosa,

insinuante nas artérias

do renascimento pleno,

em explosão de gozo,

imenso.

(Poema publicado no livro Insensatas Palavras. Ed. Universitária: João Pessoa, 2003).

Regina Lyra
Enviado por Regina Lyra em 25/12/2005
Código do texto: T90413