Orfãos do medo (homenagem a Tera do www.letrasdispersas.com)
Meu olhar negro nublado
Por chuvas de solidão
Perdia-se desocupado…
No horizonte a ilusão
Do teu olhar a meu lado
Pousado na minha mão…
Teu olhar não conhecia
Os caminhos do poente.
Da chuva, a cor penedia
Da retina a dor crescente.
Sentido e razão te pedia
Só mar e areia ardente...
Pensava eu ser assim
Mas engano, minha sorte
Tua chama mar em mim
Tua areia foi meu forte.
Unidos na praia enfim
Seguimos o mesmo norte!
Com esse brilho nas mãos
Retocámos nosso olhar
Renegámos nossos nãos
Sobrantes e a naufragar
No firmamento já órfãos
De medos e de lugar.