RENASCER DO AMOR

Pensando que o tempo de amar já se passara,

Aos recônditos d'alma recolhi meu sentimento,

Sem saber que incorria em um sublime engano,

Vez que deixara de considerar que o destino,

Senhor que é do nosso espírito e também do tino,

Sempre faz com que prevaleça seu próprio plano,

Da forma por ele estabelecida e no exato momento,

A mostrar-nos um novo caminho, que se não notara.

Vivia, então, o conformismo, diante da fria solidão,

Na plena certeza de que os amores dantes vividos,

Meras recordações de um passado tão distante,

Deixaram, do meu coração, enfim, fechada a porta,

Mas eis que, um dia, surges e a minha alma me exorta

A, levado por teu fascínio, fazer com que se levante

O véu que encobria todos os meus sonhos adormecidos,

De corpo e alma, entregando-me ao domínio da paixão.

E foi assim, musa, cedendo ao poder dos teus encantos,

Que a ti eu ofertei o meu amor e a minha simples poesia,

Porque somente tu fizeste renascer em mim a esperança

Que os dissabores de um viver sofrido levaram embora.

E hei de amar-te imensamente, hoje e pela vida afora,

Sejam os tempos, ora de tempestade, ora de bonança,

Exaltando em meus versos essa luz que de ti se irradia,

Estrela minha, livrando o meu ser de dores e de prantos.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 09/02/2008
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