CANTAR O AMOR

O coração, por longo tempo,

Fechado às emoções do amor,

Imune ao sofrimento e à dor,

Não lhe sobrevinha contratempo

Algum.

Por força de fator nenhum,

Se me enlevara a alma,

Nem nada me tirara a calma

De uma vida pacata, comum,

Um tédio.

Parecia não haver remédio

Para o triste mal da solidão,

Nada, enfim, me dava a impressão

De que escaparia ao assédio

Da amargura.

Até que, em ti, encontrei a mais pura

Dedicação, o mais doce carinho,

Deixando, então, de ser sozinho,

Envolto em tua sutil ternura,

Minha musa.

E não mais há verso que eu produza,

Que se não dê ao sentido de exaltar-te,

Apregoando o teres, do amor, a arte,

Por única que és, que me conduza

A amar.

E, para sempre, pois, eu hei de estar

A todo o tempo em tua companhia,

Estrela do amor e da poesia,

Inspiradora que me faz cantar

O amor.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 27/01/2008
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