O Escolhido do Silêncio

Nasceu no peito o brado calmo, sereno,

Uma escolha rara, mas firme, verdadeira,

Não amar em laços, não fazer terreno

De promessas que prendem a vida inteira.

No espelho vê-se o jovem sem algemas,

Na solidão, encontra vastidão.

Amores, para ele, são apenas temas

Que ecoam livres em sua criação.

Na ausência do par, há um ritmo exato,

A vida dança no compasso da calma.

Os versos brotam sem qualquer contrato,

A solidão lhe veste, e é dela a alma.

Não há no altar os passos prometidos,

Nem nos lençóis palavras repetidas.

Há o infinito, em momentos sentidos,

Onde a vida, em si, já faz guarida.

Sob a luz do luar, a escolha reluz:

É poeta, é montanha, é vasto céu.

Sem véu ou jura, apenas conduz

O barco do ser por um mar fiel.

E se o mundo pergunta: "Por que sozinho?"

Sorrindo responde: "É meu desatino.

O amor maior é o do caminho,

E nele ando livre, sem destino."

Poeta Jovem Barueri