Paixão

Em teus lábios notei o deserto.

Havia me perdido em uma miragem que neles fez-me delirar.

Sedento por tocar-los, mantive-me em inércia.

Ôh Deus, o que fiz para padecer tanto?

Em teus olhos, sentia a fervura de cada rajada vinda de tua retina.

Era notável em minha pele o corte afiado, feito, promovido por uma areia fina em forma de dedos... suas mãos.

Faminto, aos poucos, começava a alimentar-me pouco a pouco, grão a grão, do teu Ser.

E de fora para dentro, saciava toda fome e desejo imbuídos vindo deste "Elo" que decidirá vagar.

Sentia vindo daquele deserto afago, aconchego.

Jamais havia aproximado-me de tamanho acolhimento.

E que por fim, tornar-me-ia hospedeiro involuntario do teu Ser adjunto.

Para assim, em um só vivermos afins...

Chanceler crivo

Chanceler crivo
Enviado por Chanceler crivo em 29/09/2024
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