Paixão
Em teus lábios notei o deserto.
Havia me perdido em uma miragem que neles fez-me delirar.
Sedento por tocar-los, mantive-me em inércia.
Ôh Deus, o que fiz para padecer tanto?
Em teus olhos, sentia a fervura de cada rajada vinda de tua retina.
Era notável em minha pele o corte afiado, feito, promovido por uma areia fina em forma de dedos... suas mãos.
Faminto, aos poucos, começava a alimentar-me pouco a pouco, grão a grão, do teu Ser.
E de fora para dentro, saciava toda fome e desejo imbuídos vindo deste "Elo" que decidirá vagar.
Sentia vindo daquele deserto afago, aconchego.
Jamais havia aproximado-me de tamanho acolhimento.
E que por fim, tornar-me-ia hospedeiro involuntario do teu Ser adjunto.
Para assim, em um só vivermos afins...
Chanceler crivo