Sem você...

...E eu que não queria falar de saudade

Que era uma pedra:

um baluarte da racionalidade

o bastião dos olhos secos

permitindo apenas a emoção instrumental.

Consentindo arredio, no máximo algum desvio

para equilibrar tensões.

Nas solidões dos quartos,

nos vazios dos becos.

Eu!

Que de boa cepa achava ter sido feito...

...Bastou alguma distância...

...Por uns dias somente...

...Visitar um prosaico e freqüentado ambiente

em que freqüentemente me acompanho dela

para virem os olhos a me trair, incontinentes...

Para ver-me ridículo no meio daquela gente.

A não conter os indisciplinados e fortuitos neurônios da falta

As enzimas da necessidade

A me tomarem as percepções sem reciprocidade

...E havia música ao vivo

que antes nunca tivera maior significado

Que jamais acionara algo em mim além do gosto

Agora me manipulava incontrolavelmente

Tentei pensar na sordidez da vida,

me fartar do prato de comida,

olhar as pessoas em seus interesses...

Mas os meus se sobrepuseram sem que eu soubesse.

Tomando-me de mim.