MONA

Atrevido teu sopro, briosa aragem

Que beija a face e agita

Aqueles fios D’ouros, o laço de fita,

Sussurrando-lhe os versos que não tive coragem!

Afastai as mãos sôfregas, ávidas

Tais contornos delineados ao afresco

Hão de ser febre, o afã gigantesco

Tuas lascivas opalas, porém, pávidas !

Infames os olhares, petulante cortejos

Frívola a lira, o choro dos arpejos,

Vil o lábio que intentou...

Anuncia-te, qual graciosa Mona

A beleza e o perigo da beladona

A quem meu remorso do pecado culpou!

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Observação

1 - “opalas” - Se refere aos olhos da menina

2 - “pávidas” - Está no sentido de “tímidas”

3 - “Mona” - Derivada do irlandês, quer dizer “pequena nobre”

Em árabe a palavra remete a “desejos”

A palavra também é usada como sinônimo de “monumento natural”

André da Costa
Enviado por André da Costa em 13/07/2024
Reeditado em 13/07/2024
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