MONA
Atrevido teu sopro, briosa aragem
Que beija a face e agita
Aqueles fios D’ouros, o laço de fita,
Sussurrando-lhe os versos que não tive coragem!
Afastai as mãos sôfregas, ávidas
Tais contornos delineados ao afresco
Hão de ser febre, o afã gigantesco
Tuas lascivas opalas, porém, pávidas !
Infames os olhares, petulante cortejos
Frívola a lira, o choro dos arpejos,
Vil o lábio que intentou...
Anuncia-te, qual graciosa Mona
A beleza e o perigo da beladona
A quem meu remorso do pecado culpou!
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Observação
1 - “opalas” - Se refere aos olhos da menina
2 - “pávidas” - Está no sentido de “tímidas”
3 - “Mona” - Derivada do irlandês, quer dizer “pequena nobre”
Em árabe a palavra remete a “desejos”
A palavra também é usada como sinônimo de “monumento natural”