A dama
A dama que, por sua beleza
Um poeta canta,
Há de ser felicíssima
Por ser musa.
Alegre seus dias,
Ainda que sofra perto
Do poeta que a ama.
A manhã que acorda,
Ela já sente o suspiro
Do namorado amanhecido
Em choros e versos.
Insônia para ele,
Ocupa sua mente
Com as belas memórias
Da imagem dela.
Ele se termina
Ela goza,
Chove lá fora
E ele se apavora.
Incomodada, volta
Ao seio da família;
Ora tem medo
Ora lhe adora.
Seu olhar de pena
Mescla de indiferença
Gosta que sofra
E faça seus versos.