FOLHAS MANCHADAS
Quero perpetuar memórias,
Folhas de papel tão brancas.
Jogando nelas minhas emoções.
Rabiscos que a memória me assopra,
Me apropriando delas sem constrangimentos,
Pois minha Alma é sabedora de minhas emoções.
Ganham impulsos e soltam emoções,
Algumas tão próprias e me surpreendem,
Outras vagas mas que merecem espaços,
E busco então parcerias que me conhecem,
Um coração que vivenciou todas minhas emoções,
Onde tudo tem seus espaços,
E sugeri o amor como um diferencial.
Lembrou que um dia num encontro fortuito,
Uma linda criatura despertou meus sentimentos,
Adormecidos pois não encontrava figurantes,
Que passavam ao largo sem minha presença notarem,
Só que essa tinha uma credencial diferente,
Num andar elegante que até me fascinou,
E uma beleza singela que me encantou.
Pedi então ao meu coração que sua sensibilidade tocasse,
Quem sabe até o coração da linda criatura me fizesse notar.
E tudo isso na página de minha vida está,
Um amor tão deslumbrante que passamos então a viver,
Daquele encontro fortuito que num repente surgiu,
Sem pretensões nos nossos passos apressados.
Nesse papel tão branco de minha existência,
Tenho guardado como a mais preciosa das joias,
Mesmo que algumas gotas de sangue nele respingasse,
Pela sua partida dolorida que Deus um dia ela buscou,
Ainda tão jovem e desfrutando de uma felicidade plena,
E lágrimas tão límpidas muitas vezes tentam aparecer.
Jairo Valio
[